Santo António dos Capuchos, Rua de (desde o nº 2 a 2C todos os ímpares)

Convento de Santo António dos Capuchos / Hospital de Santo António dos Capuchos

Arrumamento assim designado por neste local ter sido construído o Convento de Santo António dos Capuchos, mais tarde Santo António dos Capuchos.
Fundado pelos padres Recolectos da Custódia de Santo António, a sua primeira pedra foi colocada em 1570 sobre um conjunto de terrenos, por um lado trocados com a Ordem de S. Domingos, da Companhia de Jesus e do Cabido da Sá, por outro, doados, designadamente, por Diogo Botelho, 8.º Governador do Brasil.
Até à celebração da primeira missa, em 1579, os padres ficaram alojados em pequenas casas na *Rua da Fé. Ana Homem de Melo, do Gabinete de Estudos Olisiponenses, destacou, com base na obra História dos mosteiros, conventos e casas religiosas de Lisboa na qual se dá notícia da fundação e fundadores das instituições religiosa (1950), que a designação de Capuchos apenas foi conferida a estes padres juntamente por utilizarem este tipo de indumentária, e não por pertencerem ao ramo dos Capuchinos da Ordem Franciscana. Tal como indicado acima, pertencem ao ramo dos Recolectos da mesma Ordem.
Entre os séculos XVI e XVIII, o convento passou a usufruiu de uma esmola de 64$800, a que se somaram tantas outras dádivas de elementos da aristocracia e do alto funcionalismo da Coroa.
O Terramoto de 1755 causou extensos danos à sua estrutura, destacando-se a abóbada da nave da igreja, bem como várias capelas, obrigado os frades a abarracar-se na cerca durante o processo de reconstrução e restauro. Este processo, maioritariamente financiado por D. Luís Vasques da Cunha Ataíde, 2.º Conde de Povolide, alterou a traça original do convento, tendo chegado à sua concluído em 1758.
Com a Lei de 30 de Maio de 1834, criada no âmbito da Reforma Geral Eclesiástica empreendida pelo Ministro e Secretário de Estado, *Joaquim António de Aguiar e executada pela Comissão da Reforma Geral do Clero (1833-1837), foi determinada a extinção de todos os conventos, mosteiros, hospícios e outras casas de religiosos de todas as ordens, contexto que obrigou à reconversão deste edifício.
Deste modo, e por via do Decreto de 14 de Abril de 1835, assinado por D. Maria II (1819-1853), o convento foi convertido no Asilo de Mendicidade de Lisboa, destinado a albergar mendigos de ambos os sexos, de qualquer idade, nascidos ou residentes em Lisboa e arredores.
A sua manutenção foi assegurada por donativos da família real, por percentagens das vendas das lotarias da Santa Casa da Misericórdia, pelos benefícios dos teatros de Lisboa e passeios de barco no Rio Tejo, etc. O seu crescimento tornou-se uma realidade, à medida que vários pavilhões iam sendo construídos para assegurar o seu funcionamento. Para fazer justamente a essas necessidades de crescimento, foi adquirido em 1854 o Palácio dos Condes da Murça, datado do século XVII, edifício próximo das dependências do convento. O impacto deste alargamento traduziu-se não apenas no aumento da capacidade para albergar os mendigos, mas também na sua reestruturação interna, tendo sido criadas secções distintas para mulheres e para homens. Tratou-se de uma acção de enormíssimo valor no que concerne à tentativa de combate à mendicidade, na época proibida.
Em 1903, o Asilo passou a integrar o património dos Hospitais Civis de Lisboa, tendo sido englobado nos anexos do Hospital de S. José e instituído em 1928 como Hospital, classificação que ainda hoje se mantém. Em 1950 foram realizadas obras orientadas pela Direcção dos Serviços de Construção e Conservação, fazendo cumprir um Plano de Construções Hospitalares elaborado no âmbito da Lei n.º 2011 de 20 de Abril de 1946. Este convento / hospital detém um património azulejar de grande relevância, para além de possuir um dos mais antigos relógios de sol existentes em Portugal.
O hospital detém hoje em dia especialidades únicas, designadamente Dermatologia, Gastrenterologia, Hematologia, Neurologia e Oncologia, todas elas unidades pioneiras no país.
Observando actualmente o mapa de Lisboa, poder-se-á inferir a delimitação deste espaço através da sua toponímia. À excepção da *Rua do Passadiço, os restantes arruamentos que completam o perímetro deste edifício são a *Calçada de Santo António, a *Alameda de Santo António dos Capuchos e a *Rua de Santo António dos Capuchos, justificando-se neste ponto a sua origem toponímica.
A importância de Santo António em Lisboa é indubitável. O seu dia de nascimento ser um feriado municipal, Desde Foi a designação escolhida para esta freguesia no âmbito da Reorganização Administrativa de Lisboa de 2012, que neste caso agregou as antigas freguesias de S. José, S. Mamede e Coração de Jesus.
Finalmente, e de acordo com o Departamento de Toponímia da Câmara Municipal de Lisboa, é homenageado em 18 arruamentos da cidade, designadamente: Travessa de Santo António a Belém, Rua de Santo António a Belém, Beco de Santo António (Stª Mª dos Olivais), Rua de Santo António da Sé (Madalena), Largo de Santo António da Sé (Sé), Travessa de Santo António da Sé (Sé), Rua de Santo António da Glória (S. José), Alameda da Quinta de Santo António (Lumiar), Calçada de Santo António (Coração de Jesus e S. José), Travessa de Santo António (Ameixoeira), Travessa de Santo António à Graça (Graça), Rua do Vale de Santo António (S.Vicente de Fora, Stª Engrácia e Graça), Rua do Milagre de Santo António (Santiago), Travessa de Santo António a Santos (Prazeres), Rua de Santo António dos Capuchos (S. José e Pena), Travessa de Santo António à Junqueira (Santa Mª de Belém), Rua de Santo António à Estrela (Lapa) e Alameda de Santo António dos Capuchos (S. José e Pena).
Designado Rua de Santo António dos Capuchos, este arruamento inicia-se na Rua do Telhal e termina na Alameda de Santo António dos Capuchos.

 

Bibliografia
AAVV (s.d.). Convento de Santo António dos Capuchos / Hospital de Santo António dos Capuchos. Sistema de Informação para o Património Arquitectónico – Convento de Santo António dos Capuchos
AAVV (1950-1972). História dos mosteiros, conventos e casas religiosas de Lisboa na qual se dá notícia da fundação e fundadores das instituições religiosas. Lisboa: Câmara Municipal

Azevedo, Carlos de Moreira (dir.) (2000). Dicionário de História Religiosa de Portugal. Lisboa:Círculo de Leitores.
Macedo, Luís Pastor, Ficheiro Toponímico. Lisboa: Gabinete de Estudos Olisiponenses.
Melo, Ana Homem de (s.d.)  Santo António. Lisboa: Gabinete de Estudos Olisiponenses.

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Santo António da Glória, Rua de

Para além de se cruzar com a Rua da Conceição da Glória, este arrumamento situa-se numa zona em que a maioria dos topónimos possuem a expressão “da Glória”. Sabemos que, no caso da Rua e da Travessa da Conceição da Glória, esta expressão foi acrescentada por Edital do Governo Civil de 5 de Agosto de 1867 para evitar confusões por repetição das múltiplas evocações a Nossa Senhora da Glória.
Por outro lado, em Lisboa, e de acordo com o Departamento de Toponímia da Câmara Municipal de Lisboa, Santo António é homenageado em 18 arruamentos da cidade, designadamente: Travessa de Santo António a Belém, Rua de Santo António a Belém, Beco de Santo António (Stª Mª dos Olivais), Rua de Santo António da Sé (Madalena), Largo de Santo António da Sé (Sé), Travessa de Santo António da Sé (Sé), Rua de Santo António da Glória (S. José), Alameda da Quinta de Santo António (Lumiar), Calçada de Santo António (Coração de Jesus e S. José), Travessa de Santo António (Ameixoeira), Travessa de Santo António à Graça (Graça), Rua do Vale de Santo António (S.Vicente de Fora, Stª Engrácia e Graça), Rua do Milagre de Santo António (Santiago), Travessa de Santo António a Santos (Prazeres), Rua de Santo António dos Capuchos (S. José e Pena), Travessa de Santo António à Junqueira (Santa Mª de Belém), Rua de Santo António à Estrela (Lapa) e Alameda de Santo António dos Capuchos (S. José e Pena).
O caso dos topónimos Rua e Travessa de Santo António dos Capuchos, bem como a Calçada de Santo António, e tal como pode ser consultável nas fichas individuais destes arruamentos, a sua designação evoca o Convento de Santo António dos Capuchos, actual Hospital de Santo António dos Capuchos, o que não se aplica a este arruamento, visto que se encontra a mais de 1 Km do edifício.
Deste modo, poderemos sem grande margem para especulação, propor que pesará a expressão “da Glória” para justificar a designação deste arruamento. Assim, Glória referir-se-á à Ermida de Nossa Senhora da Glória, que passaremos a apresentar:
No início do século XVI, o território em que este arrumamento se encontra pertencia à Paróquia de Santa Justa. Em 1527, o Alcaide de Lisboa e Cavaleiro da Casa Real André Dias requereu aos padres dessa paróquia um aforamento dessas terras, comprometendo-se a pagar uma renda perpétua de 2000 reis. Nesse sentido, foi-lhe concedido um Breve pelo Santo Padre Clemente II, tendo aí levado a cabo o arroteamento de uma quinta, no que ficou designado como emprazamento, ou prazo de Santa Justa.
O usufruto deste terreno transitou depois para Fernão Paes (m. 1578), que em 1570 ali erigiu uma capela dedicada a Nossa Senhora da Glória. No seu testamento, redigido no dia 28 de Maio de 1577, e aprovado no dia 8 de Junho desse ano pelo tabelião público Diogo Gorelha, a sua devoção é inequivocamente espelhada:
    “Item mando que cada um anno me digam na ermida de Nossa Senhora da Gloria, para sempre, por dia de Nossa Senhora da Gloria, que é em Agosto, uma Missa cantada pela alma de meu Pae e Mãe e minha, e todas as sextas feiras dos annos, e sabbados, Missa resada de requiem; e para essa perpetua obrigacão se cumprir, tomo os rendimentos todos da minha quinta de Nossa Senhora da Gloria, que me custou muito dinheiro as bemfeitorias d'ella ; e quero que ande tudo encorporado com seu encargo de fòro commum; a saber: a Santa Justa dois mil reis cada anno enfatiota em vidas.”
    
No seu túmulo, assente junto desta capela, lia-se o seguinte epitáfio:
    “Esta sepultura é de Fernão Paes, cidadão da cidade do Porto, que edificou por sua devoção esta casa de Nossa Senhora para si e seus herdeiros, à sua custa. P.N. Faleceu na era de 1578”

 Durante esta década travava-se um conflito de secessão nos Países Baixos, na época sob domínio espanhol conhecido pela Guerra dos 80 anos (1568-1648). O exército liderado pelo Staudhouder Príncipe Guilherme de Orange-Nassau (1533-1584) encabeçou a revolta orientada para libertação da influência de Espanha. O Rei D. Filipe II (1527-1598) defendia fortemente a doutrina da Igreja Católica, em claro contraste com a Reforma Protestante, de que Martinho Lutero (1483-1546) havia sido precursor no dia 31 de Outubro de 1517, aquando da afixação das suas 95 teses para o “debate sobre o esclarecimento do valor das indulgências” na porta do Castelo de Wittenberg (Alemanha), nas quais criticou e propôs uma revisão de diversos pontos do catolicismo.
 Deste modo, as igrejas católicas foram alvo de sucessivos ataques que desencadearam a fuga das comunidades religiosas para fora do país. De entre as inúmeras freiras que partiram da cidade de Alkmaar que para vários pontos na Europa, um pequeno grupo chegou a Portugal em 1852, altura em que Filipe II já havia sido coroado Rei, assumindo o título de Filipe I de Portugal. Recolhidas no Mosteiro da Madre de Deus no Algarve, o Provincial requereu uma audiência com o rei para reportar a situação. Chamadas à sua presença no dia 11 de Dezembro desse ano Filipe I garantiu-lhes protecção e acolhimento, tendo ordenado que ocupassem o sítio da Nossa Senhora da Glória, onde permaneceram durante quatro anos até à sua transição definitiva para o Convento de Nossa Senhora da Quietação no dia 8 de Dezembro de 1586.
Foi exactamente neste ano que a herdeira do prazo de Santa Justa, D. Francisca Paes faleceu, tendo ficado nomeado o seu marido Nuno Fernandes Mascarenhas como legítimo sucessor.
Volvido um século, a Quinta de Nossa Senhora da Glória constituiu um dote atribuído à Condessa de Castro d’Aire, D. Helena de Castro, por ocasião do seu casamento com o Conde Jerónimo de Ataíde no dia 6 de Junho de 1627.
Depois do Terramoto de 1755, foi nesta zona recuperado o palácio pertencente aos Condes da Castanheira pelos proprietários à época, os Condes de Lumiares. Alinhado com a Rua Ocidental do Passeio Público (futura *Avenida da Liberdade), apresentava em meados da década de 1760 uma longa linha de arvoredo que se estendia até à *Calçada da Glória, mantendo a ermida de Nossa Senhora da Glória e o acima referido túmulo de Fernão Paes.
Após uma reconstrução decorrente de um incêndio ocorrido em Agosto de 1865, a entrada para o pátio fazia-se pela *Travessa da Glória, através de dois portões gradeados. Finalmente, as dependências, onde se encontrava a ermida, localizavam-se na esquina entre a Travessa e a *Rua da Glória.
Segundo as descrições de *Júlio de Castilho (1800-1875), que a visitou no dia 11 de Novembro de 1902, nesta data, a capela tinha uma só nave com três altares. No altar-mor encontrava-se uma escultura em tamanho real da Imagem de Nossa Senhora da Glória, ladeada por Santo António e por São Domingos. A sacristia era contígua à capela-mor, sobre a Rua da Glória.
Designado Rua de Santo António da Glória, pela Deliberação Camarária de 07 de Julho de 1879 e respectivo Edital do Governo Civil d 11 de Julho do mesmo ano de 1867, este arruamento inicia-se na Avenida da Liberdade e termina na Rua das Taipas.

 

Bibliografia
Araújo; Norberto de (1938). Peregrinações em Lisboa. Lisboa: Parceria António Maria Pereira;
Castilho, Júlio de (1903). Lisboa antiga. Lisboa: Antiga Casa Bertrand – José Bastos;
França, José Augusto (2001). Monte Olivete: a minha Aldeia. Lisboa: Livros Horizonte;
Freire, João Paulo (1937). Minudências lisboetas: rápidos aspectos da Lisboa antiga.  Porto: Simões Lopes;
Macedo, Luís Pastor de (s.d.) Ficheiro Toponímico. Lisboa: Gabinete de Estudos Olisiponenses.

Taipas, Rua das

De acordo com *Gustavo Matos Sequeira, este topónimo surgiu pela primeira vez, enquanto vulgo da Rua de São Sebastião das Taipas, em 1759 nos assentos paroquiais de São José, onde figurava enquanto um novo arruamento desse bairro, a par da *Rua da Conceição da Glória, Travessa de Santo António, e.o.
Em 1903, na obra Lisboa Antiga, referindo-se ao miradouro de São Pedro de Alcântara, *Júlio Castilho descreve-o como “(...) um dos mais agradáveis passeios da cidade, muito concorrido nas tardes e noites de Verão. D’ali se gosa a vista de grande parte de Lisboa e do Tejo, pois fica a 73 metros sobre o nível do rio”.
Organizando-se em dois tabuleiros, desnivelados entre si, estando o inferior nivelado e suportado por um troço de muralha joanina e o superior por muro de suporte de terras, este local estava directamente relacionado com a prática de suicídio, principalmente, segundo Castilho, na sequência do encerramento dos Arcos do *Aqueducto das Águas Livres, pelo mesmo e exacto motivo.
Tendo a muralha, na sua maior altura, vinte metros de altura, da Rua das Taipas, precisamente abaixo, constituía o destino fatal dos suicidas. Deste modo, no dia 7 de Julho de 1856, foi proposta em reunião de Câmara a instalação de uma grade pelo vereador Ayres de Sá, por forma a evitar suicídios, iniciativa que não foi bem recebida pelos seus congéneres. Apesar de construída, em Abril de 1864 ainda não havia sido instalada. De acordo com o Arquivo Municipal n.º 360, a grade custou 516$000 Reis e foi paga em 1866. Não se sabe exactamente a data da sua instalação.
Anteriormente designado Rua São Sebastião das Taipas, o vulgo Rua das Taipas foi oficializado por Deliberação Camarária de 16 de Agosto de 1922 e respectivo Edital do Governo Civil de 17 de Outubro de 1924, tendo o seu início na Rua de São Pedro de Alcântara e o término na Travessa Conceição da Glória.

 

Bibliografia
Castilho, Júlio (1903). Lisboa Antiga. Lisboa: Antiga Casa Bertrand;

Sequeira, Gustavo Matos de (1917). Depois do Terremoto. Subsídios dos bairros ocidentais de Lisboa. Vol. II. Lisboa: Academia das Sciências de Lisboa

Pretas, Rua das

Na obra Lisboa, Cidade Africana: percursos e Lugares de Memória da Presença Africana (séculos XV – XXI), os investigadores Isabel Castro Henriques (Centro de Estudos sobre África, Ásia e América Latina) e Pedro Pereira Leite (Centro de Estudos Sociais), este arruamento localiza-se num lugar que regista a memória dos africanos lisboetas.
Segundo *Julio de Castilho, no século XVI vendia-se água na rua, captada nos chafarizes. O crescimento urbano era de tal ordem que a água não chegava para o consumo da cidade. Tal como apontado por *Gustavo Matos Sequeira, “tanta era a afluência de negros e moiros e criados que as bulhas eram constantes. Entendeu bem a Câmara, e bem, publicar uma postura para regular a serventia das bicas (...)” a qual determinou que as “mulheres pretas” só podiam captar água nas quintas-feiras de cada semana. O Tratado da Majestade, Grandeza e Abastança da Cidade de Lisboa, escrito em 1552 por João Brandão, escudeiro da Casa Real de D. João III, elencou todos os locais onde a água poderia ser recolhida, designadamente chafarizes, poços e fontes lisboetas, numa tentativa de racionamento e eficiente distribuição da água.
Isabel de Castro Henriques e Pedro Pereira Leite referiram, justamente que no final do século XVIII o Chafariz de Sant’Anna, localizado onde actualmente se encontra o Campo dos Mártires da Pátria, “(...) atraiu muitas mulheres africanas, que desempenharam, durante séculos essa tarefa indispensável à vida urbana [recolha e distribuição de água]”. Os investigadores concluíram ainda na sua obra que a “Rua das Pretas ali ao lado regista essa presença secular, já que o lugar nunca deixou de ser utilizado como espaço de trocas e de negócios, e também de festas, as africanas forras usando as suas casas como estalagens para os muitos forasteiros que por ali circulavam”.
Designado Rua das Pretas desde pelo menos 1567 nas memórias paroquiais pós-Terramoto, este arruamento tem início na Rua de São José e termina na Avenida da Liberdade.

 

Bibliografia
Castilho, Júlio de (1904). Lisboa Antiga. Lisboa: Antiga Casa Bertrand;
Henriques, Isabel de Castro; Leite, Pedro Pereira (2013). Lisboa, cidade africana: percursos e Lugares de Memória da Presença Africana (séculos XV – XXI). Lisboa/Ilha de Moçambique: Marca d’Água: Publicações e Projectos;
Sequeira, Gustavo Matos de (1933). Depois do Terremoto. Subsídios para a História dos Bairros Ocidentais de Lisboa. Coimbra: Imprensa da Universidade, vol. IV.