Espaço Júlia celebra o seu 10º anivesário

 10 anos de Espaço Júlia

Espaço único de apoio às vítimas de violência doméstica, em Lisboa, celebra hoje (infelizmente) uma década.

Foi a 14 de maio de 2015 que o Espaço Júlia nasceu formalmente, com a assinatura de um protocolo tripartido entre a Freguesia de Santo António, a PSP - Comando Metropolitano de Lisboa da Polícia de Segurança Pública e o Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central (CHULC), com vista à abertura do primeiro espaço multidisciplinar de intervenção e acompanhamento às vítimas de violência doméstica, em Lisboa.

Mas foi a 24 de julho de 2015, do mesmo ano, que o Espaço Júlia abriu as suas portas, junto ao Hospital dos Capuchos, onde ainda hoje permanece, e onde já atendeu mais de 8000 vítimas do flagelo da violência doméstica.

Assinalando uma década de compromisso ininterrupto de apoio às vítimas de violência doméstica, de forma multidisciplinar e integrada, este espaço, nomeado em honra de uma idosa de 77 anos que foi brutalmente assassinada pelo seu companheiro de 40 anos de vida, após uma discussão de pequeno-almoço, faz um permanente trabalho de reconstrução de vidas, 24/7, 365 dias por ano.

O impacto profundo e positivo do projeto tem sido reconhecido por diversas entidades públicas e organizações da sociedade civil, nacionais e internacionais, que destacam a importância da sua resposta com intervenção especializada e permanente.

"Assinalar 10 anos do Espaço Júlia é celebrar a coragem de quem rompeu o silêncio e confiou em nós para iniciar novos percursos de vida. Mas é também um apelo à continuidade de políticas públicas firmes e a um investimento estrutural no combate à violência doméstica” – declara Vasco Morgado, presidente da Freguesia de Santo António – reafirmando a sua frase de sempre que “o dia mais feliz será aquele onde este espaço possa fechar as suas portas”, pela inexistência de casos a acolher – o que, infelizmente se demonstra estar cada vez mais longe pelo aumento continuado de casos de violência doméstica em Portugal.

Este espaço, desde a sua inauguração, tem aumentado e incrementado a sua abrangência, contando agora já com mais uma resposta de emergência - uma casa de ponte - uma resposta única que permite que as vítimas possam ficar num local seguro com os seus animais de estimação, e, mais recentemente, um protocolo com o Hospital Júlio de Matos para encaminhamento de vítimas e suspeitos.

No Espaço Júlia, trabalham 10 agentes da PSP, com formação na área da Violência Doméstica e em Atendimento de Vítimas e três técnicos de Apoio à Vítima da Freguesia de Santo António com Formação TAV da Comissão de Cidadania e Igualdade de Género, sempre com o apoio do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central.

De relembrar, ainda, as declarações da ministra Margarida Balseiro Lopes em 2024, então ministra da Ministra da Juventude e Modernização, que o Espaço Júlia é um modelo de sucesso para futura replicação pelo país, uma vez que reúne atendimento policial especializado, apoio técnico e acesso hospitalar integrado no mesmo local.