Rua da Esperança do Cardal

O estudo da Toponímia constitui um desafio cuja dificuldade varia de acordo com as fontes disponíveis, aliás, como qualquer processo de investigação. Para garantir a validação e objectividade dos nossos textos, o cruzamento de dados é uma condição sine qua non, evitando desde logo especulações e rumores sobre possíveis origens de cada topónimo, exceptuando-se eventuais lendas ou contos decorrentes da tradição oral e escrita.
Nos casos em que não existem fontes primárias, documentais, consideramos que a designação do arruamento e o seu simbolismo se encontram diluídos no tempo, cabendo-nos persistir na busca de novos dados.
No caso deste arruamento, sabemos que, de acordo com o Departamento de Toponímia da Câmara Municipal de Lisboa, a sua designação anterior foi Rua da Esperança, a que lhe foi acrescentado em 1859 a expressão “do Cardal”.
Tal como acima foi dito, lançar a hipótese uma coerência religiosa na distribuição toponímica nesta área em particular, sem qualquer tipo de documentação, não será viável. É patente, e totalmente evidente a ligação destes topónimos entre si: trata-se das Virtudes Teologais: Fé, Esperança e Caridade, que, de acordo com o Catecismo da Igreja Católica, se “(...) referem directamente a Deus, e dispõem os cristãos para viverem em relação com a Santíssima Trindade. Têm Deus Uno e Trino por origem, motivo e objecto”.
No que respeita a locais de culto que homenageiem este topónimo, existe a aproximadamente 1 Km de distância, na Rua de O Século, a Igreja do Convento dos Cardais.
Designado Rua da Esperança do Cardal pelo Edital do Governo Civil de 1 de Setembro de 1859, este arruamento inicia-se na Rua do Passadiço e termina na Rua do Cardal de São José.
Rua da Esperança do Cardal (s.d.). Departamento de Toponímia da Câmara Municipal de Lisboa
Catecismo da Igreja Católica. La Santa Sede. Vaticano.